As Taxas de Juro
Neste últimos dias, muito se tem debatido sobre quais serão as consequências reais do mais recente abalo no mundo financeiro. O “episódio” teve origem na especulação criada à volta do mercado de crédito imobiliário norte-americano.
Em resposta, assistimos ontem ao anúncio da Reserva Federal Norte-Americana de que a taxa de juro de referência passará a situar-se nos 4,75 pontos percentuais contra os 5,25 pontos anteriores.
Note-se que a alteração da taxa de juro (subida ou descida) pode ser equiparada a um mecanismo de segurança com objectivos vários como controlar a inflação, assegurar a sustentabilidade de um período de expansão económica ou estimular a economia facilitando o recurso ao crédito, por exemplo.
Neste caso, o banco central decidiu baixar a taxa de juro como forma de conter uma eventual escalada do clima de instabilidade criado à volta dos mercados financeiros. Um impulso à economia norte-americana é também um dos objectivos de tal decisão.
Mas a redução drástica para 4,75 pontos percentuais foi uma grande surpresa pois ninguém antecipava um corte de 0,5 pontos percentuais. A esmagadora maioria dos analistas esperava uma redução progressiva da taxa de juro prevendo um corte inicial de apenas 0,25 p.p. Recorreu-se à terapia de choque.
“A Era da Turbulência”
Obviamente, Ben Bernanke e a sua equipa fundamentaram a sua decisão com recurso à teoria económica mas ela não é eficaz só por si. É necessário recorrer à análise comportamental dos agentes e absorver tudo aquilo que a história nos ensinou. Com toda a certeza, os membros da equipa fizeram tudo isso…
O presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, foi nomeado em Janeiro de 2006 para suceder a um dos mais emblemáticos personagens a desempenhar o cargo: Alan Greenspan.
O economista, ex-presidente da Reserva Federal, coordenou a política monetária dos Estados Unidos entre 1987 e 2006. Durante esse período, assistiu a um impressionante registo histórico dos tempos modernos que originou uma transformação cultural, social e política significativa e radical. Estabeleceu-se uma “nova ordem internacional”.
O novo livro de Alan Greenspan, “A Era da Turbulência”, relata-nos toda essa história de uma perspectiva única e privilegiada a que só um presidente dum banco central da maior economia do Mundo pode aceder e a preocupação com o futuro e os desafios que se lhe impõem.
Assim, fica uma sugestão de compra para quem tem a História e a Economia como área de interesse.