A missão LINEAR é um projecto da responsabilidade do Laboratório Lincoln do MIT (Massachusetts Institute of Technology). O projecto, financiado por inteiro pela agência NASA e pela Força Área dos Estados Unidos, tem por objectivo primário aplicar a tecnologia e os conhecimentos adquiridos, durante a monitorização de satélites enviados para órbita do planeta Terra, na monitorização de asteróides com alta probabibilidade de passar junto à órbita da Terra.
A designação LINEAR é o acrónimo para “Lincoln Near-Earth Asteroid Research” que, numa tradução livre, poderá apresentar-se em português como “Centro de Pesquisa para Asteróides com Passagem Próxima à Terra”.
Em Setembro de 2011, o projecto já havia efectuado mais de 30 milhões de observações individuais, tendo detectado mais de 7 milhões de “objectos extraterrestres” em órbita solar. Entre estes 7 milhões de objectos foram encontrados 2423 asteróides com órbita próxima à do nosso planeta. Os investigadores do MIT atribuem a designação de NEO’s (near-Earth objects) aos astereóides com alta probabilidade de passagem junto à Terra.
A probabilidade de que um asteróide de dimensões significativas colida com o planeta Terra é quase certa (99,99%). No entanto, é importante ter em conta o espaço temporal em que a próxima colisão de proporções cataclismicas verificar-se-á. Muito provavelmente não será num futuro muito próximo. Embora haja um asteróide particular que está a criar inquietação na comunidade científica. Não pela sua próxima passagem mas, sim, pela passagem que terá a seguir a esta entre os anos de 2044 e 2046.
O asteróide 1999 AN10 tem uma órbita certa de passagem próxima à terra a 7 de Agosto de 2027. Os cálculos dos cientistas apontam para uma passagem com uma distância à Terra de cerca de 0,0026 Unidades Astronómicas (aproximadamente 390 mil quilómetros). Um estudo da NASA, publicado no ano de 1999 pelo cientista Paul W. Chodas e actualizado hoje dia 25 de Janeiro, indica que a passagem de Agosto de 2027 determinará a órbita da próxima passagem do asteróide 1999 AN10.
Os cálculos científicos, apresentados inicialmente há quase 16 anos atrás, apontam para uma relevância significativa na possibilidade da próxima passagem colocar o asteróide 1999 AN10, na sua segunda passagem, em rota de colisão contra a Terra. Os cientistas Andrea Milani, Steven Chesley, Giovanni Valsecchi e o astrónomo amador Frank Zoltowksi são os responsáveis pelos cálculos iniciais desta segunda trajectória.
Todavia, não há razão para alarmismo. A segunda passagem desta asteróide “ainda” dista cerca de 30 anos e a sua primeira passagem será a oportunidade ideal para avaliar devidamente o seu grau de perigosidade para o planeta Terra. A sua primeira passagem será a Agosto de 2027 pelo que não é necessário, até lá, avaliar o risco deste objecto em concreto. Importa sim, é avaliar a capacidade de resposta que teríamos face a um cenário hipotético de potencial colisão com a Terra ou até mesmo com a Lua.
É curioso que um cenário de colisão com o nosso satélite natural (a Lua) seja raramente abordado. Um indíviduo de senso comum saberá que a Lua é um elemento intrínseco ao nosso ecosistema e ao meio-ambiente. Qualquer cenário cataclismíco que altere ou modifique profundamente essa relação trar-nos-ìa consequências muito significativas enquanto seres-vivos.
Entre o dia 26 e 27 de Janeiro teremos a passagem do asteróide 2004-BL86. O asteróide foi descoberto pelo projecto LINEAR no dia 30 Janeiro de 2004. A passagem que o asteróide efectuará em 2015 não apresenta nenhum nível de perigosidade para o planeta Terra. Esta será mais uma oportunidade para os astrónomos amadores contemplarem, através dos seus telescópios, um fenómeno da nossa cosmologia.