China – História Contemporânea

… O regime republicano começa assim com o fim de mais de dois milénios de governação imperial. (in https://www.flechaquebrada.org/2014/05/china-historia-imperial.html)

História Contemporânea

No entanto, a república ainda não estava preparada para viver em democracia. O ano de 1916 foi prova disso mesmo quando o presidente Yuan Shikai tentou autoproclamar-se Imperador da China.[i] Os anos seguintes assistiram novamente a um período conturbado da história chinesa. Entre 1917 a 1927, o poder central foi praticamente decepado quando várias regiões chinesas passaram a ser dominadas por senhores da guerra. À imagem da China pré-imperial, o poder político encontrava-se novamente fragmentado por todo o território. Esta fase da história chinesa ficou conhecida como “A Era dos Senhores da Guerra” e teve um efeito devastador na população, maioritariamente camponesa e vulnerável aos conflitos internos. A guerra civil sujeitou a população à fome, a doenças e à pobreza generalizada.

Os intelectuais estavam conscientes do drama que o país enfrentava e a sua grande maioria sentia-se novamente humilhada pela degradação da nação chinesa. Os grandes movimentos nacionalistas republicanos começaram a ganhar expressão. De entre eles, houve dois que começaram a destacar-se e a ganhar importância entre a sociedade chinesa – o Partido Nacionalista (Kuomintang) e o Partido Comunista Chinês (PCC). Na sua fase inicial, ambos os partidos foram apoiados pela União Soviética de Estaline. A intenção estratégica do líder soviético seria assegurar que a revolução nacionalista chinesa efectivamente aconteceria. Para que tal acontecesse, seria necessário assegurar a sobrevivência do PCC e apoiar inicialmente o Kuomitang com mais popularidade na altura. Entre 1923-1927, os dois partidos viveram num clima de cooperação e deram origem à Primeira Frente Unida sob a orientação do Komintern Soviético.[ii] Consta que inclusive existiam membros que pertenciam a ambos os partidos.[iii]

Em 1927, sob a liderança de Chiang Kai-shek o Kuomitang consegue estabelecer um governo central e, com o apoio do Exército Revolucionário e dos comunistas, reunificar a China. No entanto, o líder nacionalista entrou em ruptura com o PCC imediatamente a seguir à subida ao poder do Kuomitang. Na sequência daquela que é considerada uma traição histórica dos nacionalistas, os membros do PCC passaram a ser perseguidos e a sua grande maioria é executada ou aprisionada pelos membros do Kuomitang. Os comunistas passaram então a adoptar uma estratégia de guerrilha face ao poder político.

Em 1934, os nacionalistas quase conseguiram o objectivo de aniquilar a resistência comunista. A facção militar do PCC conseguiu evitar a intenção do governo central e iniciou a mais longa fuga terrestre da história contemporânea. Os comunistas caminharam durante mais de doze mil quilómetros ao longo do território chinês e durante quase dois anos.[iv] A retirada, épica para os chineses, ficou celebremente conhecida como “A Longa Marcha”. Mao Zedong começou a ganhar importância e a destacar-se no partido durante a retirada comunista. Nas montanhas da província chinesa de Shaanxi[v], o futuro líder chinês começou a delinear os ideais de uma nova república popular. A nova concepção ideológica tinha como ponto de partida uma mistura de filosofia e dogma político. O Maoísmo[vi], como ficou conhecido, teve alguma influência nas ideias de Estaline mas possuía a diferença de assentar no romancismo que a tradição revolucionária havia alimentando, no simbolismo da resistência comunista, na sua grande caminhada e na prometida redistribuição das terras à população camponesa.[vii]

No ano de 1937, a invasão japonesa do território chinês muda o curso da história do país e obriga o líder chinês a fugir da capital para o sudoeste da China. Nesta região, Chiang Kai-shek estabeleceu uma base temporária de onde poderia governar e coordenar a guerrilha chinesa contra as tropas japonesas. A invasão deu origem à criação da Segunda Frente Unida, uma espécie de união entre os dois partidos para combater os japoneses. Todavia, desta vez o acordo apenas contemplava a cooperação militar entre ambos e o PCC manteve na prática a sua independência política e operacional.

Com a rendição japonesa em Agosto de 1945, a frente unida entrou mais uma vez em colapso e deu-se início a um novo período de guerra civil entre ambos. Entre 1946 e 1949, os Estados Unidos tentaram através da diplomacia criar uma coligação entre os dois partidos para que pudessem governar pacificamente a China. No entanto, a iniciativa norte-americana fracassou sempre. No ano de 1949, a guerra civil termina com a vitória dos combatentes comunistas e os membros do partido nacionalista foram obrigados a fugir do país. Chian Kai-shek refugiou-se na Ilha Formosa e estabeleceu aí a nova República da China. Simultaneamente, o líder Mao Zedong proclamou no continente a República Popular da China e reclamou a soberania da Ilha Formosa.[viii] Com a coexistência entre a China Insular e a China Continental nasceu a República Popular da China e o regime comunista actual.

Economia

Hoje, a China é uma nação poderosa que impressiona a comunidade internacional com o seu vertiginoso ritmo de desenvolvimento. Ninguém pode ficar indiferente às elevadas taxas de crescimento que têm sido verificadas no seu produto interno bruto (PIB). Os países mais ricos vêem na economia chinesa uma oportunidade para uma parceria estratégica favorável. Observemos o nosso exemplo mais próximo. As importações chinesas por parte da Zona Euro têm actualmente um peso de cerca de 10% do total europeu, um valor superior ao dos Estados Unidos.[ix] O investimento dos países europeus representa 7% do investimento directo estrangeiro em território chinês.[x] Não será de admirar portanto que, pondo de parte a questão dos direitos humanos, a China veja na União Europeia (UE) um parceiro importante nos seus planos de crescimento a nível internacional. A Europa representa uma alternativa de peso aos Estados Unidos nas pretensões do governo. Todavia, o crescimento sustentado da sua economia não pode centrar-se apenas nas suas relações com o exterior e isso é do conhecimento do partido comunista. A gestão eficaz dos problemas internos tem sido o pilar da economia chinesa. Muitas vezes não temos essa sensação mas a China ainda é considerada um país em vias de desenvolvimento.[xi] Mesmo assim, uma estimativa de 2007 publicada pelo Banco Mundial[xii], indica que, no ano de 2006, a China ultrapassou pela primeira vez a Zona Euro e alcançou o segundo lugar mundial em termos de PIB paridades de poder de compra. Para compreendermos melhor, devemos saber que a utilização deste indicador permite medir, de forma muito aproximada, o valor da economia real. A China contabilizou 15,1% do total internacional e aproximou-se quase do quinto da fatia mundial que a economia norte-americana detém.[xiii] Como atingiu a China tal feito?

Modelo Económico

Nos primeiros passos do regime comunista, o objectivo principal do governo chinês era estabelecer um modelo de desenvolvimento económico sustentado e semelhante ao adoptado na União Soviética, ou seja, uma economia de direcção central. O primeiro governo central encontrou uma solução e decidiu definir os célebres planos quinquenais de gestão da economia chinesa. Os planos ainda hoje são utilizados e, há dois anos atrás, o Congresso Nacional do Povo começou a definir o décimo primeiro plano quinquenal.[xiv] Nesse ano de 2007, o reconhecimento da propriedade privada foi uma das medidas em destaque e um passo importante para ao desenvolvimento económico chinês. A lei da propriedade privada estabeleceu que todos os bens privados ou estatais seriam futuramente reconhecidos de igual modo pelo poder político. Um dos direitos fundamentais das nações modernas e desenvolvidas foi finalmente reconhecido, à semelhança das democracias ocidentais.

Nos últimos trinta anos, a população e o poder político testemunharam um período de enorme transformação social. Iniciada em 1978 sob a liderança de Deng Xiaoping, a grande reforma do regime comunista foi a responsável pelo fenómeno e nasceu com a consciência de que o modelo de direcção central não seria suficiente para permitir o crescimento económico sustentado. A reforma alterou progressivamente os fundamentos da economia fechada de planeamento central e tornou o país numa economia dinâmica e aberta ao investimento estrangeiro. O sucesso das medidas chinesas pode ser comprovado com a observação das taxas de crescimento anual do PIB na ordem dos dois dígitos. O novo socialismo chinês permitiu a uma quantidade significativa da sua população passar de uma situação de pobreza extrema para um nível aceitável de desenvolvimento socioeconómico, mesmo segundo os padrões de vida ocidentais. Aparentemente, a economia chinesa tem tão de sui generis quanto a União Europeia tem como organização internacional.

Desenvolvimento Humano

O resultado da viragem poderá ser verificado pela observação dos dados relativos ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da China. Este elemento de análise utiliza três indicadores para medir o patamar de desenvolvimento das nações. Numa escala de zero a um, utiliza os valores da esperança de vida, o nível de educação e o rendimento médio do país. Com as suas reformas estruturais, o regime chinês conseguiu aumentar em quase 50% o valor do IDH, no período compreendido entre 1978 e 2005.[xv] O aumento representa o dobro do ritmo de crescimento da média mundial.[xvi] Hoje, a China moderna tem um valor muito próximo dos 0,8 enquanto as nações desenvolvidas possuem valores de referência acima dos 0,9. Para atingir os níveis de IDH actuais a administração chinesa definiu em 1980 a estratégia necessária para alcançar cinco objectivos considerados essenciais: expandir a procura doméstica, aperfeiçoar a estrutura económica do país, assegurar a protecção dos seus recursos naturais e ambientais, desenvolver equilibradamente as suas zonas rurais e urbanas e, finalmente, continuar a sua estratégia de desenvolvimento orientada para a tecnologia e educação. Duas décadas mais tarde, no ano de 2002, o governo nacional propôs-se também a atingir os Objectivos de Desenvolvimento para o Novo Milénio.

Educação

Antes da subida ao poder do Partido Comunista, a China possuía uma taxa de iliteracia elevadíssima que, segundo hoje indicam as autoridades nacionais, atingia o valor de cerca de 80%.[xvii] A governação de Mao Zedong não veio alterar significativamente esta realidade pois o programa escolar leccionado no país, durante o seu período, revelou-se completamente desadequado aos desafios a que o líder propunha-se alcançar. O conteúdo escolar consistia essencialmente no estudo do pensamento Maoísta e a sua escolha teve sérias consequências para a geração dos anos sessenta e setenta.[xviii]

A “verdadeira” reforma do sistema de educação só começou a ganhar expressão nos anos oitenta, anos após a subida ao poder de Deng Xiaoping. O governo decidiu neste momento aumentar consideravelmente o investimento público em educação. O objectivo seria canalizar os recursos financeiros suficientes para reestruturar o sistema nacional de educação e flexibilizá-lo de modo a responder às especificidades de cada região que compunha a China.

Em 1986, o Congresso Nacional do Povo introduziu legislação que estabelecia um período de nove anos de escolaridade obrigatória no país. O governo pôde assim ir ao encontro da sua estratégia de desenvolvimento orientada para a educação que fora definida no início da década. As medidas entrariam imediatamente em vigor nas grandes zonas urbanas e até 1990 expandir-se-iam às zonas rurais mais desenvolvidas. Finalmente, por volta do ano 2000, todo o território chinês estaria abrangido pelo novo regime de educação.

(…)

(este texto é parte de um artigo escrito em Maio de 2009)

[i] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 13

[ii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 14

[iii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 14

[iv] Chunhou Zhang e C. Edwin Vaughan., Mao Zedong as Poet and Revolutionary Leader  (Chicago: Lexington Books, 2002), 65 e Google, “Mao Zedong as Poet and Revolutionary Leader ”, Google Books, http://books.google.com/books?id=EWtBMQgUGmEC&pg=PA76&dq=isbn:0739104063

[v] Sugestão de leitura: http://www.travelchinaguide.com/cityguides/shaanxi/

[vi] A designação “Pensamento Marxista-Leninista-Mao Zedong” também pode ser utilizada. A designação Maoísmo não é raramente utilizada em território chinês: ”This mixture of philosophy and political dogma is often known in the West as ‘Maoism’ for the sake of brevity, although this usage has never been popular in China.” in Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 15

[vii][vii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 15

[viii] A divisão do território chinês em dois, em 1949, criou uma situação internacional sem precedente histórico. A existência de uma China Continental e uma a China Insular, como pode ser comummente designada. Até 1971, as Nações Unidas reconheceram a actual República de Taiwan como a “legítima China” e o país assegurou até então o assento chinês no conselho de segurança. “It needs to be emphasized strongly that this new Taiwan is totally different from the old so-called “Republic of China” which was kicked out of the United Nations in 1971. Resolution 2758 dealt with the question who was representing China in the United Nations. It did not deal with the question of Taiwan’s representation, which is a separate issue, to be dealt with as a follow up on the decisions of the San Francisco Peace Treaty of 1951-52 (see text of the Resolution below).” in New Taiwan, Ilha Formosa, “Taiwan and The United Nations”, New Taiwan, Ilha Formosa: The Website for Taiwan’s History, Present and Future, http://www.taiwandc.org/un-2001.htm

[ix] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008), 7

[x] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008), 7

[xi] Relatório do FMI

[xii] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008), 6

[xiii] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008),5 – gráfico nº1

[xiv] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 25

[xv] Ministry of Foreign Affairs of the People’s Republic of China and  The United Nations System in China, China’s Progress Towards the Millennium Development Goals 2008 Report (China: United Nations System in China, 2008), 13

[xvi] Ministry of Foreign Affairs of the People’s Republic of China and  The United Nations System in China, China’s Progress Towards the Millennium Development Goals 2008 Report (China: United Nations System in China, 2008), 13

[xvii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 70

[xviii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 70

Ubuntu SNAP Store – Update / Refresh

Printscreen de Ubuntu Snap Store

No sistema operativo Linux Ubuntu os utilizadores podem deparar-se com um problema de actualização da Snap Store (aplicação com o nome Ubuntu Software). O erro apresentado não permite efectuar o update desta App e o utilizador/a pode estar a tentar efectuar o reinício e o encerramento do programa por várias vezes.

A solução para este problema é muito simples e pode ser efectuada através do Terminal do Ubuntu.

Primeiro, deve encerrar a janela do Ubuntu Software. De seguida, acedemos ao Terminal e introduzimos o seguinte código para encerrar por completo a Snap Store:

killall snap-store

Depois, vamos efectuar um comando para actualizar a Snap Store e todos os seus componentes:

sudo snap refresh

Os comandos são introduzidos com as devidas credenciais de administrador do sistema operativo. E pronto, no final já está realizado o update da aplicação.

Uma nota adicional para quem quer actualizar outros pacotes do Ubuntu com maior facilidade. Para este efeito existe um programa de nome “Synaptic Package Manager” que está disponível no Ubuntu Software. Através desta aplicação existe uma opção com o nome de “Mark All Upgrades” que apanha pacotes que não estão disponíveis no “Software Updater”.

Quando se acciona a opção “Mark All Upgrades”, a aplicação faz uma pesquisa completa por todos os pacotes de software que estão instalados e detecta os que estão com actualizações em falta. Se houver disponibilidade, é apresentada a opção “Mark additional required changes”. Deve-se clicar em “Mark” nas opções e depois em “Apply”. Todas estas operações requerem direitos de administrador para serem devidamente executadas.

NuScale Power – Energia Nuclear (Pequeno Reactor de Formato Modular)

A NuScale Power é uma empresa que desenvolve soluções de energia nuclear em formato reduzido (se assim se pode dizer) caracterizadas por um formato de menor complexidade. O formato tem a designação de SMR (“Small Modular Reactor”) que em português significa “pequeno reactor de formato modular”.

A empresa norte-americana foi fundada em 2007, na sequência da aquisição de um conjunto de patentes de pesquisa que eram propriedade do Departamento Norte-Americano de Energia e que foram, a partir desta data, desenvolvidas com o propósito de tornar real a utilização de energia nuclear em formato de pequena complexidade.

A aplicação deste conceito permite a utilização e exploração de energia nuclear por parte de pequenas entidades ou empresas. O propósito é muito simples, impedir que aconteçam problemas de arrefecimento deste género de reactores e prevenir os desastres que surgem em incidentes e/ou acidentes de sobreaquecimento.

Para o efeito, neste ano de 2022, os reguladores norte-americanos vão dar o aval à utilização de reactores SMR em contexto de utilização comercial e privada. Este processo de autorização legal demorou quase seis anos a ser avaliado e visou garantir a segurança deste novo processo de geração de energia eléctrica.

Numa altura em que estamos na presença de uma fase de transição energética, de energias fósseis para energias renováveis, a utilização da energia nuclear não é um conceito que reúna grande consenso entre a comunidade científica. No entanto, o potencial da utilização do nuclear é enorme dado o elevado nível de eficiência energética que é alcançado com estes novos “dispositivos”.

Mais, uma das grandes vantagens apresentadas pela NuScale Power é a praticamente ausência de risco de um acidente nuclear de grande impacto, dado que o reactor funciona com água convencional (“água-leve”, ao contrário da “água-pesada” utilizada nas grandes centrais nucleares) e possui um sistema de desligamento e arrefecimento automático em causa de mau-funcionamento ou negligência.

Os novos equipamentos da NuScale Power serão, sem dúvida, objecto de elevada procura a médio-prazo pois, em 2022, estamos numa fase em que há elevada receptividade comercial a soluções de elevada eficiência. Sendo que a opinião pública jogará a favor desta solução, se a questão dos resíduos nucleares for abordada de uma forma integrada na sustentabilidade ambiental das soluções de geração de energia com base em combustíveis sólidos (urânio de enriquecimento fraco).

De qualquer modo, a Comissão Regulatória Nuclear dos Estados-Unidos (Nuclear Regulatory Commission (NRC)) deu neste dia 28 de Julho a sua aprovação para o processo de certificação dos pequenos reactores de formato modular da NuScale Power.

 

O “Dream Chaser” da NASA

Fotografia de: NASA – Banco de Imagens

A nave espacial “Dream Chaser” é o fruto de um projecto inovador da NASA que propõe-se a criar um veículo espacial reutilizável que seja o substituto por excelência do antigo Space Shuttle. Todo o projecto de desenvolvimento e construção de modelos das novas naves está sob a alçada directa da NASA que, em coordenação com o fabricante norte-americano “Sierra Nevada Corporation (SNC)”, espera viabilizar e concluir o mesmo antes do ano de 2020.

A viabilização deste projecto possibilitará uma redução substancial dos custos associados a cada missão espacial, à semelhança dos foguetões reutilizáveis desenvolvidos por privados como a SpaceX ou a Blue Origin, por exemplo. O veículo espacial reutilizável está a ser desenvolvido para ser uma nave com inúmeras características que lhe atribuem uma capacidade polivalente, ou seja, será uma nave preparada para um sem-número de missões com características diferentes. Sabe-se também, desde já que, a Agência Espacial Europeia possui um acordo de cooperação destinado ao uso desta mesma para missões definidas no âmbito dos objectivos espaciais da agência europeia.

A nave espacial está preparada para executar missões tripuladas ou não tripuladas em órbita-baixa, incluindo missões de acesso à Estação Espacial Internacional que incluem transporte de tripulantes e carga destinada a esta mesma. A flexibilidade proporcionada pelas características deste veículo fazem com que este seja apelidado de SUV espacial, à semelhança dos veículos terrestres que possui um espaço versátil de transporte de carga. sabe-se que a SNC desenvolveu um chassis único para a nave que permite um sem-número de configurações adaptáveis a diferentes propósitos, sejam eles científicos, civis ou militares.

Para além das características anteriores, a configuração também pode ser efectuada em função da missão do veículo estar definida para ser tripulada ou controlada à distância a partir de um centro de controlo espacial. Neste momento, as naves que contém um módulo próprio para acolher uma tripulação de até sete astronautas têm a designação inglesa de “Dream Chaser Space System”. As naves destinadas a transporte de carga sem a existência de tripulação a bordo, controladas remotamente, têm a designação inglesa de “Dream Chaser Cargo System”.

No ano de 2017 sabemos já, com quase toda a certeza, que este será o substituto do Space Shuttle na próxima década de 2020. No entanto, apesar da versatilidade desta nave e do historial de excelência da NASA, o Dream Chaser terá de estar à altura do historial de fiabilidade apresentado pelas cápsulas russas Soyuz. As naves russas são “mais rudimentares” mas permitiram dar continuidade a muitas das missões que até então eram da exclusividade das missões executadas por os Space Shuttle norte-americanos. A fiabilidade das naves Soyuz são um ponto de referência e afastam por completo a palavra “obsolescência” destas naves.

Intel Watchdog Timer Driver (Intel WDT no Windows 10)

Microsoft Windows 10

O Windows 10 dificultou a instalação personalizada de drivers no sistema operativo. Por um lado, a instalação automática facilita a utilização dos dispositivos que utilizam o sistema operativo da Microsoft. No entanto, por outro lado, a instalação de drivers específicos para componenentes de diversas máquinas é uma tarefa ingrata para o comum dos utilizadores.

Vejamos o caso deste driver da Intel. O Intel Watchdog Timer Driver não é um driver que se instale logo à primeira. Porquê? Porque o driver está escondido na aplicação “Gestor de Dispositivos” sob a designação de “Recursos da Placa Principal”.

Assim, deverá proceder à actualização manual recorrendo ao “Gestor de Dispositivos”. Se ainda não sabe, o gestor de dispositivos é o local ideal para a manutenção e actualização dos drivers do computador na versão 10 do Windows.

Em breve colocarei aqui umas capturas de ecrã. No entretanto passarei à explicação através de um esquema de passos.

Tenha em atenção que este é um procedimento normal mas, contudo, não poderei ser responsabilizado por eventuais conflitos que possam surgir na sequência desta ou outra actualização. A situação de conflito de uma “actualização via Windows” é rara mas poderá surgir se o driver da empresa responsável em questão estiver mal programado ou se o seu componente estiver danificado. Fica registada esta pequena nota importante.

Actualização de drivers da Intel

  1. Desloque o rato (sem clicar) até à “Janela do Windows”.
  2. De seguida, clique com o botão direito do rato sobre a “Janela do Windows”.
  3. Agora seleccione a opção Gestor de Dispositivos que se encontra debaixo da opção Sistema.
  4. Agora encontrará uma aplicação com uma lista de diversos componentes existentes no seu computador ou tablet da Intel.
    1. Nota #1: a partir desta aplicação poderá actualizar ou resolver eventuais conflitos ou problemas existentes nos diversos componentes.
    2. Nota #2: o procedimento para actualização de componentes é semelhante ao que será aplicado neste componente da placa-mãe (que se designa vulgarmente de Motherboard, dependendo da sua preferência).
  5. – Antes então de actualizar o componente da Intel, deverá aceder à opção “Ver” que se encontra na barra superior da aplicação.
    1. Importante: na opção “Ver” seleccione a opção Mostrar dispositivos ocultos. Se não efectuar este passo, é altamente provável que não encontre a opção em questão e não consiga resolver o problema da actualização.
  6. Agora, aceda à lista de componentes que se encontra na janela principal da aplicação e seleccione Dispositivos de Sistema (a lista revelará uma sub-lista com um número considerável de componentes e dispositivos).
  7. Encontre, então, nesta lista uma ou várias opções com a designação de “Recursos da placa principal”.
    1. Se encontrar duas ou mais entradas não se apoquente, terá de realizar o passo seguinte em cada uma das entradas.
  8. Agora, clique com o botão direito sobre a entrada “Recursos da placa principal” e escolha a opção Atualizar controlador do Software… 
    1. Nota: este passo pode ser aplicado em qualquer controlador existente no Windows e disponibilizado na aplicação Gestor de dispositivos
  9.  Seleccione a opção “Procurar automaticamente software do controlador atualizado”. O Windows 10 encarregar-se-á da actualização correcta do componente. Neste caso, estaremos a lidar com os drivers (“controladores” em português) dos Recursos da placa principal”.
  10. Repita este passo para qualquer controlador dos componentes existentes no Windows 10. O sistema operativo fará o download ou transferência dos drivers em questão.
    1. Se o componente estiver já actualizado, a Microsoft indicar-lhe-á que não é necessário proceder à actualização dos componentes em questão.

Pronto, está então resolvido o problema daquela actualização que lhe está a dar a volta à cabeça há algum tempo.

A Máscara de Tutankamón

A Máscara de Tutankamón

A Máscara de Tuntakamón é uma das peças arqueológicas mais populares do Mundo. Descoberta no ano de 1925 pelo célebre arqueólogo Howard Carter, a peça foi encontrada junto ao túmulo do Faraó Tutankamón no célebre Vale dos Reis. O artefacto tem mais de 3340 anos de existência e é hoje um símbolo por excelência da Egiptologia moderna. A máscara encontra-se em exposição permanente no Museu Egípcio do Cairo.

O Vale dos Reis é uma área geográfica localizada junto a uma das margens do rio Nilo e à cidade egípcia de Luxor, várias centenas de quilómetros a sul da capital Cairo. Este é um local por excelência para o estudo do culto dos faraós e da grande civilização egipcía. Neste local podem ser encontrados mais de 60 túmulos e câmaras funerárias dedicadas aos Faraós, sacerdotes e altas figuras da sociedade egípcia de então.

A fotografia que aparece neste artigo é da autoria de Carsten Frenzl.

A localidade com o nome mais comprido do Mundo (Guinness World Records)

Tamatea MaoriNão, não adormeci e bati com a cabeça no teclado ao escrever o título desta publicação. (Adenda: vi-me obrigado a alterar o título e o URL porque os motores de busca não encaixam lá muito bem estas particularidades semânticas).

“Taumatawhakatangihangakoauauotamateaturipukakapikimaungahoronukupokaiwhenuakitanatahu” é o nome de uma localidade situada na Nova Zelândia (Google Maps). A localidade detém uma marca no Guinness Word Records pela sua designação pouco habitual que contém 85 caracteres do alfabeto básico latino (norma ISO). Este feito faz com que a localidade detenha o record da “localidade com o nome mais comprido do planeta”.

O nome tem origem numa expressão Maöri e é uma alusão a um dos grandes exploradores desta civilização do Hemisfério Sul, o explorador Tamatea. Tamatea é considerado pelos nativos (e também pelos neo-zelandeses) como sendo uma personagem histórica de elevada importância para aquela que poderemos chamar a “era dos descobrimentos” da civilização Maöri.

Numa tradução livre, o nome da localidade significa: “O pico onde Tamatea – o homem com os grandes joelhos, o conquistador das montanhas, o aglomerante de territórios que viajou mais além – tocou a sua flauta de sopro nasal à sua grande amada.”

A título de curiosidade, no segundo lugar está uma localidade europeia situada no País de Gales (Reino Unido) cuja designação local é “Llanfair­pwllgwyngyll­gogery­chwyrn­drobwll­llan­tysilio­gogo­goch”. Ao invés da localidade neo-zelandesa, a pequena vila do País de Gales ganhou a sua designação num contexto histórico completamente diferente. No séc. XIX os habitantes escolheram esta designação para fins meramente promocionais e como forma de impulsionar o turismo nesta região.

Créditos da imagem: http://warrenpohatu.blogspot.pt/2011/12/tamatea-arikinui-takitimu.html

Projecto LINEAR – Asteróide 1999 AN10 e Asteróide 2004 BL86

A missão LINEAR é um projecto da responsabilidade do Laboratório Lincoln do MIT (Massachusetts Institute of Technology). O projecto, financiado por inteiro pela agência NASA e pela Força Área dos Estados Unidos, tem por objectivo primário aplicar a tecnologia e os conhecimentos adquiridos, durante a monitorização de satélites enviados para órbita do planeta Terra, na monitorização de asteróides com alta probabibilidade de passar junto à órbita da Terra.

A designação LINEAR é o acrónimo para “Lincoln Near-Earth Asteroid Research” que, numa tradução livre, poderá apresentar-se em português como “Centro de Pesquisa para Asteróides com Passagem Próxima à Terra”.

Em Setembro de 2011, o projecto já havia efectuado mais de 30 milhões de observações individuais, tendo detectado mais de 7 milhões de “objectos extraterrestres” em órbita solar. Entre estes 7 milhões de objectos foram encontrados 2423 asteróides com órbita próxima à do nosso planeta. Os investigadores do MIT atribuem a designação de NEO’s (near-Earth objects) aos astereóides com alta probabilidade de passagem junto à Terra.

A probabilidade de que um asteróide de dimensões significativas colida com o planeta Terra é quase certa (99,99%). No entanto, é importante ter em conta o espaço temporal em que a próxima colisão de proporções cataclismicas verificar-se-á. Muito provavelmente não será num futuro muito próximo. Embora haja um asteróide particular que está a criar inquietação na comunidade científica. Não pela sua próxima passagem mas, sim, pela passagem que terá a seguir a esta entre os anos de 2044 e 2046.

O asteróide 1999 AN10 tem uma órbita certa de passagem próxima à terra a 7 de Agosto de 2027. Os cálculos dos cientistas apontam para uma passagem com uma distância à Terra de cerca de 0,0026 Unidades Astronómicas (aproximadamente 390 mil quilómetros). Um estudo da NASA, publicado no ano de 1999 pelo cientista Paul W. Chodas e actualizado hoje dia 25 de Janeiro, indica que a passagem de Agosto de 2027 determinará a órbita da próxima passagem do asteróide 1999 AN10.

Os cálculos científicos, apresentados inicialmente há quase 16 anos atrás, apontam para uma relevância significativa na possibilidade da próxima passagem colocar o asteróide 1999 AN10, na sua segunda passagem, em rota de colisão contra a Terra. Os cientistas Andrea Milani, Steven Chesley, Giovanni Valsecchi e o astrónomo amador Frank Zoltowksi são os responsáveis pelos cálculos iniciais desta segunda trajectória.

Todavia, não há razão para alarmismo. A segunda passagem desta asteróide “ainda” dista cerca de 30 anos e a sua primeira passagem será a oportunidade ideal para avaliar devidamente o seu grau de perigosidade para o planeta Terra. A sua primeira passagem será a Agosto de 2027 pelo que não é necessário, até lá, avaliar o risco deste objecto em concreto. Importa sim, é avaliar a capacidade de resposta que teríamos face a um cenário hipotético de potencial colisão com a Terra ou até mesmo com a Lua.

É curioso que um cenário de colisão com o nosso satélite natural (a Lua) seja raramente abordado. Um indíviduo de senso comum saberá que a Lua é um elemento intrínseco ao nosso ecosistema e ao meio-ambiente. Qualquer cenário cataclismíco que altere ou modifique profundamente essa relação trar-nos-ìa consequências muito significativas enquanto seres-vivos.

Entre o dia 26 e 27 de Janeiro teremos a passagem do asteróide 2004-BL86. O asteróide foi descoberto pelo projecto LINEAR no dia 30 Janeiro de 2004. A passagem que o asteróide efectuará em 2015 não apresenta nenhum nível de perigosidade para o planeta Terra. Esta será mais uma oportunidade para os astrónomos amadores contemplarem, através dos seus telescópios, um fenómeno da nossa cosmologia.

Jolla – Uma porta de entrada para a Nokia

A Microsoft adquiriu em 2014 a divisão de dispositivos móveis da Nokia. A decisão da empresa norte-americana havia sido anunciada no ano de 2013 e já se adivinhava desde que Stephen Elop ditou o fim do sistema operativo Symbian e abandonou o desenvolvimento da plataforma MeeGoo (uma das bandeiras da equipa de desenvolvimento da Nokia).

A cisão da marca finlandesa com a plataforma MeeGoo (baseada no sistema operativo Linux) fez com que a Nokia abraçasse o sistema operativo Windows Phone da Microsoft. Embora inicialmente não aparentasse ser uma boa decisão, a aposta de Stephen Elop revelou ser a opção certa para colocar de novo a Nokia numa posição de relevo no concorrido mercado dos smartphones.

A identidade da marca junto dos consumidores não afastou-se, de modo algum, daquela que possuía antes de abraçar o projecto Windows Phone. Aliás, é expectável que esta mesma venha a reforçar a sua posição no mercado e beneficiar consideravelmente da “união” com a empresa norte-americana.

No entanto, desenganem-se aqueles que consideravam que a Microsoft “andaria à boleia” do nome da marca finlandesa. A Nokia enquanto marca de telemóveis viu a sua existência cessada pela empresa norte-americana e pura simplesmente verá a sua identidade desvanecer-se nos meandros da história dos dispositivos de telecomunicação.

A Nokia não deixou nem deixará de existir como empresa dado que apenas vendeu a sua divisão de telemóveis. A empresa continuará presente em segmentos específicos da área de telecomunicações e manterá a sua divisão de software responsável pela plataforma Here Maps, de entre outros projectos.

(Continua em breve…)

Filme – Rosewater (realizado por Jon Stewart)

Vídeo: Rosewater TRAILER 1 (2014) – Gael García Bernal, Jon Stewart Drama HD

Rosewater é o primeiro filme com a assinatura do famoso apresentador Jon Stewart. A realização e o argumento estão a cargo de Stewart.

O filme conta-nos a história de Maziar Bahari, um jornalista iraniano preso e torturado aquando da cobertura da campanha e votação presidencial iraniana. O jornalista esteve detido durante cinco meses na prisão iraniana de Evin por alegadamente conspirar contra o regime do Irão e por actos de espionagem a favor dos países Ocidentais.

Apresentando-se como um activista e defensor dos direitos humanos, a abordagem e o estilo desinibida do repórter, face aos protestos que se seguiram à vitória de Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais de 2009, valeram-lhe a acusação grave de que conspiraria contra o regime do Irão.

O trailer do filme apresenta um traço diferente daquilo que o apresentador a todos nos habituou no famoso programa Daily Show. O estilo é diferente, o filme promete ser meticuloso e apresentar uma visão documental dos acontecimentos e incidentes do ano de 2009.