Microsoft Project Silica

A Microsoft está a apostar no desenvolvimento de uma nova tecnologia de armazenamento de dados que apresenta um período de durabilidade extremo, mantendo a sua sustentabilidade ambiental com a utilização de materiais recicláveis.

O “Projecto Silica” (em Inglês, Project Silica) vem resolver os desafios apresentados por o armazenamento em material convencional que utiliza tecnologia magnética. Um deles, é o tempo de vida finito que é apresentada, tendo de ser substituído ao fim de vários anos de armazenamento por outro suporte magnético.

A armazenagem de dados num novo material que utiliza “vidro de quartzo” possibilita que o conteúdo introduzido dure milhares de anos, sem que a sua legibilidade seja afectada. Os dados contidos nos suportes de armazenamento do Projecto Silica podem ser lidos através de tecnologia óptica de laser.

O projecto está delineado para ser utilizado comercialmente através da “rede de cloud” do Microsoft Azure. Colocados em Datacenters, os suportes de vidro de quartzo não necessitam de refrigeração intensiva e permitem uma redução dos custos energéticos normalmente necessários à manutenção de suportes de armazenamento convencionais.

O objectivo primário é tornar os dados digitais em artefactos históricos que possam ser conservados ao longo de milhares de anos para as gerações vindouras e, quem sabe, civilizações diferentes das nossas.

Saiba mais no artigo oficial da Microsoft localizado em: https://news.microsoft.com/source/features/innovation/ignite-project-silica-superman/

Também pode visualizar o vídeo do Youtube localizado em: https://www.youtube.com/watch?v=-rfEYd4NGQg

As Sondas Voyager

Nestes dias 05 de Setembro de 2023 e 20 de Agosto de 2023 celebraram-se 46 anos da data de lançamento das sondas Voyager 1 e Voyager 2. As sondas da NASA foram lançadas para o espaço no ano de 1977 de modo a aproveitar o alinhamento singular de quatro planetas do nosso sistema solar: Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.

Tendo por missão recolher vários parâmetros destes quatro planetas e do sistema solar, as sondas realizaram com sucesso o objectivo principal da missão, utilizando todos os seus vários instrumentos de análise. As duas sondas ainda se encontram em funcionamento, embora este seja extremamente limitado pois a grande maioria dos instrumentos deixou de ter energia suficiente para funcionar.

A missão Voyager – ou programa Voyager – é também conhecida pela incorporação de dois discos de ouro maciço com um registo visual e fonográfico de elementos identificadores da nossa Civilização, incluindo o célebre mapa de pulsares com a localização do planeta Terra e o diagrama da molécula de Hidrogénio.

A sonda Voyager 1 é famosa também pela célebre fotografia do planeta Terra conhecida como o “The Pale Blue Dot”. Nesta fotografia a terra aparece como um ponto único onde é demonstrada a fragilidade do nosso planeta perante a imensidão do sistema solar. O cientista Carl Sagan é sobejamente conhecido pela caracterização e retracto que faz da Humanidade a partir deste “pálido ponto azul”.

Nestes últimos anos, as duas sondas encontram-se localizadas fora da heliosfera da nossa estrela, sendo estas os objectos de fabrico humano que se encontram mais longe do planeta Terra.

A esperança de Carl Sagan e de todos os seus colegas cientistas e entusiastas, é que estes dois objectos sejam encontrados por outras civilizações, e que os discos de ouro maciço sirvam de meio de comunicação entre a nossa Humanidade e outra civilização.

China – História Contemporânea

… O regime republicano começa assim com o fim de mais de dois milénios de governação imperial. (in https://www.flechaquebrada.org/2014/05/china-historia-imperial.html)

História Contemporânea

No entanto, a república ainda não estava preparada para viver em democracia. O ano de 1916 foi prova disso mesmo quando o presidente Yuan Shikai tentou autoproclamar-se Imperador da China.[i] Os anos seguintes assistiram novamente a um período conturbado da história chinesa. Entre 1917 a 1927, o poder central foi praticamente decepado quando várias regiões chinesas passaram a ser dominadas por senhores da guerra. À imagem da China pré-imperial, o poder político encontrava-se novamente fragmentado por todo o território. Esta fase da história chinesa ficou conhecida como “A Era dos Senhores da Guerra” e teve um efeito devastador na população, maioritariamente camponesa e vulnerável aos conflitos internos. A guerra civil sujeitou a população à fome, a doenças e à pobreza generalizada.

Os intelectuais estavam conscientes do drama que o país enfrentava e a sua grande maioria sentia-se novamente humilhada pela degradação da nação chinesa. Os grandes movimentos nacionalistas republicanos começaram a ganhar expressão. De entre eles, houve dois que começaram a destacar-se e a ganhar importância entre a sociedade chinesa – o Partido Nacionalista (Kuomintang) e o Partido Comunista Chinês (PCC). Na sua fase inicial, ambos os partidos foram apoiados pela União Soviética de Estaline. A intenção estratégica do líder soviético seria assegurar que a revolução nacionalista chinesa efectivamente aconteceria. Para que tal acontecesse, seria necessário assegurar a sobrevivência do PCC e apoiar inicialmente o Kuomitang com mais popularidade na altura. Entre 1923-1927, os dois partidos viveram num clima de cooperação e deram origem à Primeira Frente Unida sob a orientação do Komintern Soviético.[ii] Consta que inclusive existiam membros que pertenciam a ambos os partidos.[iii]

Em 1927, sob a liderança de Chiang Kai-shek o Kuomitang consegue estabelecer um governo central e, com o apoio do Exército Revolucionário e dos comunistas, reunificar a China. No entanto, o líder nacionalista entrou em ruptura com o PCC imediatamente a seguir à subida ao poder do Kuomitang. Na sequência daquela que é considerada uma traição histórica dos nacionalistas, os membros do PCC passaram a ser perseguidos e a sua grande maioria é executada ou aprisionada pelos membros do Kuomitang. Os comunistas passaram então a adoptar uma estratégia de guerrilha face ao poder político.

Em 1934, os nacionalistas quase conseguiram o objectivo de aniquilar a resistência comunista. A facção militar do PCC conseguiu evitar a intenção do governo central e iniciou a mais longa fuga terrestre da história contemporânea. Os comunistas caminharam durante mais de doze mil quilómetros ao longo do território chinês e durante quase dois anos.[iv] A retirada, épica para os chineses, ficou celebremente conhecida como “A Longa Marcha”. Mao Zedong começou a ganhar importância e a destacar-se no partido durante a retirada comunista. Nas montanhas da província chinesa de Shaanxi[v], o futuro líder chinês começou a delinear os ideais de uma nova república popular. A nova concepção ideológica tinha como ponto de partida uma mistura de filosofia e dogma político. O Maoísmo[vi], como ficou conhecido, teve alguma influência nas ideias de Estaline mas possuía a diferença de assentar no romancismo que a tradição revolucionária havia alimentando, no simbolismo da resistência comunista, na sua grande caminhada e na prometida redistribuição das terras à população camponesa.[vii]

No ano de 1937, a invasão japonesa do território chinês muda o curso da história do país e obriga o líder chinês a fugir da capital para o sudoeste da China. Nesta região, Chiang Kai-shek estabeleceu uma base temporária de onde poderia governar e coordenar a guerrilha chinesa contra as tropas japonesas. A invasão deu origem à criação da Segunda Frente Unida, uma espécie de união entre os dois partidos para combater os japoneses. Todavia, desta vez o acordo apenas contemplava a cooperação militar entre ambos e o PCC manteve na prática a sua independência política e operacional.

Com a rendição japonesa em Agosto de 1945, a frente unida entrou mais uma vez em colapso e deu-se início a um novo período de guerra civil entre ambos. Entre 1946 e 1949, os Estados Unidos tentaram através da diplomacia criar uma coligação entre os dois partidos para que pudessem governar pacificamente a China. No entanto, a iniciativa norte-americana fracassou sempre. No ano de 1949, a guerra civil termina com a vitória dos combatentes comunistas e os membros do partido nacionalista foram obrigados a fugir do país. Chian Kai-shek refugiou-se na Ilha Formosa e estabeleceu aí a nova República da China. Simultaneamente, o líder Mao Zedong proclamou no continente a República Popular da China e reclamou a soberania da Ilha Formosa.[viii] Com a coexistência entre a China Insular e a China Continental nasceu a República Popular da China e o regime comunista actual.

Economia

Hoje, a China é uma nação poderosa que impressiona a comunidade internacional com o seu vertiginoso ritmo de desenvolvimento. Ninguém pode ficar indiferente às elevadas taxas de crescimento que têm sido verificadas no seu produto interno bruto (PIB). Os países mais ricos vêem na economia chinesa uma oportunidade para uma parceria estratégica favorável. Observemos o nosso exemplo mais próximo. As importações chinesas por parte da Zona Euro têm actualmente um peso de cerca de 10% do total europeu, um valor superior ao dos Estados Unidos.[ix] O investimento dos países europeus representa 7% do investimento directo estrangeiro em território chinês.[x] Não será de admirar portanto que, pondo de parte a questão dos direitos humanos, a China veja na União Europeia (UE) um parceiro importante nos seus planos de crescimento a nível internacional. A Europa representa uma alternativa de peso aos Estados Unidos nas pretensões do governo. Todavia, o crescimento sustentado da sua economia não pode centrar-se apenas nas suas relações com o exterior e isso é do conhecimento do partido comunista. A gestão eficaz dos problemas internos tem sido o pilar da economia chinesa. Muitas vezes não temos essa sensação mas a China ainda é considerada um país em vias de desenvolvimento.[xi] Mesmo assim, uma estimativa de 2007 publicada pelo Banco Mundial[xii], indica que, no ano de 2006, a China ultrapassou pela primeira vez a Zona Euro e alcançou o segundo lugar mundial em termos de PIB paridades de poder de compra. Para compreendermos melhor, devemos saber que a utilização deste indicador permite medir, de forma muito aproximada, o valor da economia real. A China contabilizou 15,1% do total internacional e aproximou-se quase do quinto da fatia mundial que a economia norte-americana detém.[xiii] Como atingiu a China tal feito?

Modelo Económico

Nos primeiros passos do regime comunista, o objectivo principal do governo chinês era estabelecer um modelo de desenvolvimento económico sustentado e semelhante ao adoptado na União Soviética, ou seja, uma economia de direcção central. O primeiro governo central encontrou uma solução e decidiu definir os célebres planos quinquenais de gestão da economia chinesa. Os planos ainda hoje são utilizados e, há dois anos atrás, o Congresso Nacional do Povo começou a definir o décimo primeiro plano quinquenal.[xiv] Nesse ano de 2007, o reconhecimento da propriedade privada foi uma das medidas em destaque e um passo importante para ao desenvolvimento económico chinês. A lei da propriedade privada estabeleceu que todos os bens privados ou estatais seriam futuramente reconhecidos de igual modo pelo poder político. Um dos direitos fundamentais das nações modernas e desenvolvidas foi finalmente reconhecido, à semelhança das democracias ocidentais.

Nos últimos trinta anos, a população e o poder político testemunharam um período de enorme transformação social. Iniciada em 1978 sob a liderança de Deng Xiaoping, a grande reforma do regime comunista foi a responsável pelo fenómeno e nasceu com a consciência de que o modelo de direcção central não seria suficiente para permitir o crescimento económico sustentado. A reforma alterou progressivamente os fundamentos da economia fechada de planeamento central e tornou o país numa economia dinâmica e aberta ao investimento estrangeiro. O sucesso das medidas chinesas pode ser comprovado com a observação das taxas de crescimento anual do PIB na ordem dos dois dígitos. O novo socialismo chinês permitiu a uma quantidade significativa da sua população passar de uma situação de pobreza extrema para um nível aceitável de desenvolvimento socioeconómico, mesmo segundo os padrões de vida ocidentais. Aparentemente, a economia chinesa tem tão de sui generis quanto a União Europeia tem como organização internacional.

Desenvolvimento Humano

O resultado da viragem poderá ser verificado pela observação dos dados relativos ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da China. Este elemento de análise utiliza três indicadores para medir o patamar de desenvolvimento das nações. Numa escala de zero a um, utiliza os valores da esperança de vida, o nível de educação e o rendimento médio do país. Com as suas reformas estruturais, o regime chinês conseguiu aumentar em quase 50% o valor do IDH, no período compreendido entre 1978 e 2005.[xv] O aumento representa o dobro do ritmo de crescimento da média mundial.[xvi] Hoje, a China moderna tem um valor muito próximo dos 0,8 enquanto as nações desenvolvidas possuem valores de referência acima dos 0,9. Para atingir os níveis de IDH actuais a administração chinesa definiu em 1980 a estratégia necessária para alcançar cinco objectivos considerados essenciais: expandir a procura doméstica, aperfeiçoar a estrutura económica do país, assegurar a protecção dos seus recursos naturais e ambientais, desenvolver equilibradamente as suas zonas rurais e urbanas e, finalmente, continuar a sua estratégia de desenvolvimento orientada para a tecnologia e educação. Duas décadas mais tarde, no ano de 2002, o governo nacional propôs-se também a atingir os Objectivos de Desenvolvimento para o Novo Milénio.

Educação

Antes da subida ao poder do Partido Comunista, a China possuía uma taxa de iliteracia elevadíssima que, segundo hoje indicam as autoridades nacionais, atingia o valor de cerca de 80%.[xvii] A governação de Mao Zedong não veio alterar significativamente esta realidade pois o programa escolar leccionado no país, durante o seu período, revelou-se completamente desadequado aos desafios a que o líder propunha-se alcançar. O conteúdo escolar consistia essencialmente no estudo do pensamento Maoísta e a sua escolha teve sérias consequências para a geração dos anos sessenta e setenta.[xviii]

A “verdadeira” reforma do sistema de educação só começou a ganhar expressão nos anos oitenta, anos após a subida ao poder de Deng Xiaoping. O governo decidiu neste momento aumentar consideravelmente o investimento público em educação. O objectivo seria canalizar os recursos financeiros suficientes para reestruturar o sistema nacional de educação e flexibilizá-lo de modo a responder às especificidades de cada região que compunha a China.

Em 1986, o Congresso Nacional do Povo introduziu legislação que estabelecia um período de nove anos de escolaridade obrigatória no país. O governo pôde assim ir ao encontro da sua estratégia de desenvolvimento orientada para a educação que fora definida no início da década. As medidas entrariam imediatamente em vigor nas grandes zonas urbanas e até 1990 expandir-se-iam às zonas rurais mais desenvolvidas. Finalmente, por volta do ano 2000, todo o território chinês estaria abrangido pelo novo regime de educação.

(…)

(este texto é parte de um artigo escrito em Maio de 2009)

[i] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 13

[ii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 14

[iii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 14

[iv] Chunhou Zhang e C. Edwin Vaughan., Mao Zedong as Poet and Revolutionary Leader  (Chicago: Lexington Books, 2002), 65 e Google, “Mao Zedong as Poet and Revolutionary Leader ”, Google Books, http://books.google.com/books?id=EWtBMQgUGmEC&pg=PA76&dq=isbn:0739104063

[v] Sugestão de leitura: http://www.travelchinaguide.com/cityguides/shaanxi/

[vi] A designação “Pensamento Marxista-Leninista-Mao Zedong” também pode ser utilizada. A designação Maoísmo não é raramente utilizada em território chinês: ”This mixture of philosophy and political dogma is often known in the West as ‘Maoism’ for the sake of brevity, although this usage has never been popular in China.” in Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 15

[vii][vii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 15

[viii] A divisão do território chinês em dois, em 1949, criou uma situação internacional sem precedente histórico. A existência de uma China Continental e uma a China Insular, como pode ser comummente designada. Até 1971, as Nações Unidas reconheceram a actual República de Taiwan como a “legítima China” e o país assegurou até então o assento chinês no conselho de segurança. “It needs to be emphasized strongly that this new Taiwan is totally different from the old so-called “Republic of China” which was kicked out of the United Nations in 1971. Resolution 2758 dealt with the question who was representing China in the United Nations. It did not deal with the question of Taiwan’s representation, which is a separate issue, to be dealt with as a follow up on the decisions of the San Francisco Peace Treaty of 1951-52 (see text of the Resolution below).” in New Taiwan, Ilha Formosa, “Taiwan and The United Nations”, New Taiwan, Ilha Formosa: The Website for Taiwan’s History, Present and Future, http://www.taiwandc.org/un-2001.htm

[ix] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008), 7

[x] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008), 7

[xi] Relatório do FMI

[xii] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008), 6

[xiii] Matthieu Bussière e Arnaud Mehl., China’s and India’s Roles in Global Trade and Finance, Occasional Papers Nº80/January 2008,   (Frankfurt am Main: European Central Bank, 2008),5 – gráfico nº1

[xiv] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 25

[xv] Ministry of Foreign Affairs of the People’s Republic of China and  The United Nations System in China, China’s Progress Towards the Millennium Development Goals 2008 Report (China: United Nations System in China, 2008), 13

[xvi] Ministry of Foreign Affairs of the People’s Republic of China and  The United Nations System in China, China’s Progress Towards the Millennium Development Goals 2008 Report (China: United Nations System in China, 2008), 13

[xvii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 70

[xviii] Michael Dillon, Contemporary China – An Introduction (New York: Routledge, 2009), 70

Ubuntu SNAP Store – Update / Refresh

Printscreen de Ubuntu Snap Store

No sistema operativo Linux Ubuntu os utilizadores podem deparar-se com um problema de actualização da Snap Store (aplicação com o nome Ubuntu Software). O erro apresentado não permite efectuar o update desta App e o utilizador/a pode estar a tentar efectuar o reinício e o encerramento do programa por várias vezes.

A solução para este problema é muito simples e pode ser efectuada através do Terminal do Ubuntu.

Primeiro, deve encerrar a janela do Ubuntu Software. De seguida, acedemos ao Terminal e introduzimos o seguinte código para encerrar por completo a Snap Store:

killall snap-store

Depois, vamos efectuar um comando para actualizar a Snap Store e todos os seus componentes:

sudo snap refresh

Os comandos são introduzidos com as devidas credenciais de administrador do sistema operativo. E pronto, no final já está realizado o update da aplicação.

Uma nota adicional para quem quer actualizar outros pacotes do Ubuntu com maior facilidade. Para este efeito existe um programa de nome “Synaptic Package Manager” que está disponível no Ubuntu Software. Através desta aplicação existe uma opção com o nome de “Mark All Upgrades” que apanha pacotes que não estão disponíveis no “Software Updater”.

Quando se acciona a opção “Mark All Upgrades”, a aplicação faz uma pesquisa completa por todos os pacotes de software que estão instalados e detecta os que estão com actualizações em falta. Se houver disponibilidade, é apresentada a opção “Mark additional required changes”. Deve-se clicar em “Mark” nas opções e depois em “Apply”. Todas estas operações requerem direitos de administrador para serem devidamente executadas.

NuScale Power – Energia Nuclear (Pequeno Reactor de Formato Modular)

A NuScale Power é uma empresa que desenvolve soluções de energia nuclear em formato reduzido (se assim se pode dizer) caracterizadas por um formato de menor complexidade. O formato tem a designação de SMR (“Small Modular Reactor”) que em português significa “pequeno reactor de formato modular”.

A empresa norte-americana foi fundada em 2007, na sequência da aquisição de um conjunto de patentes de pesquisa que eram propriedade do Departamento Norte-Americano de Energia e que foram, a partir desta data, desenvolvidas com o propósito de tornar real a utilização de energia nuclear em formato de pequena complexidade.

A aplicação deste conceito permite a utilização e exploração de energia nuclear por parte de pequenas entidades ou empresas. O propósito é muito simples, impedir que aconteçam problemas de arrefecimento deste género de reactores e prevenir os desastres que surgem em incidentes e/ou acidentes de sobreaquecimento.

Para o efeito, neste ano de 2022, os reguladores norte-americanos vão dar o aval à utilização de reactores SMR em contexto de utilização comercial e privada. Este processo de autorização legal demorou quase seis anos a ser avaliado e visou garantir a segurança deste novo processo de geração de energia eléctrica.

Numa altura em que estamos na presença de uma fase de transição energética, de energias fósseis para energias renováveis, a utilização da energia nuclear não é um conceito que reúna grande consenso entre a comunidade científica. No entanto, o potencial da utilização do nuclear é enorme dado o elevado nível de eficiência energética que é alcançado com estes novos “dispositivos”.

Mais, uma das grandes vantagens apresentadas pela NuScale Power é a praticamente ausência de risco de um acidente nuclear de grande impacto, dado que o reactor funciona com água convencional (“água-leve”, ao contrário da “água-pesada” utilizada nas grandes centrais nucleares) e possui um sistema de desligamento e arrefecimento automático em causa de mau-funcionamento ou negligência.

Os novos equipamentos da NuScale Power serão, sem dúvida, objecto de elevada procura a médio-prazo pois, em 2022, estamos numa fase em que há elevada receptividade comercial a soluções de elevada eficiência. Sendo que a opinião pública jogará a favor desta solução, se a questão dos resíduos nucleares for abordada de uma forma integrada na sustentabilidade ambiental das soluções de geração de energia com base em combustíveis sólidos (urânio de enriquecimento fraco).

De qualquer modo, a Comissão Regulatória Nuclear dos Estados-Unidos (Nuclear Regulatory Commission (NRC)) deu neste dia 28 de Julho a sua aprovação para o processo de certificação dos pequenos reactores de formato modular da NuScale Power.

 

As Primeiras Imagens do Telescópio James Webb

Telescópio James Webb - Julho 2022

Para os fãs de Astronomia chegam na próxima semana as primeiras imagens de alta-resolução do telescópio James Webb. As primeiras imagens de alta-definição do telescópio de infravermelhos estarão disponíveis com as cores perceptíveis ao olho humano (depois de processamento das imagens recolhidas) e, segundo os cientistas da NASA, impressionarão os entusiastas da Astronomia e da tecnologia aerospacial.

Na página oficial do segundo telescópio espacial mais famoso do Mundo – o primeiro é sem dúvida o telescópio Hubble – a NASA anuncia que, à data de hoje, 16 dos 17 instrumentos estão já plenamente funcionais. Os entusiastas menos atentos poderão acompanhar minuciosamente o evoluir da missão na página oficial disponível em https://jwst.nasa.gov/content/webbLaunch/whereIsWebb.html

Quanto à disponibilização das imagens, estas poderão ser visualizadas a partir do dia 12 de Julho de 2022, estando acessíveis no website da NASA de acordo com as instruções publicadas em https://blogs.nasa.gov/webb/2022/07/01/how-to-see-webbs-first-images/

Este evento será um marco científico, tendo em conta o período de tempo que foi investido nesta missão (começou a ser delineada por volta do final dos anos 80 e início dos anos 90). As imagens terão, se tudo correr bem, a maior resolução alguma vez alcançada por um telescópio em órbita, localizado no espaço do segundo ponto de Lagrange (a 1,5 milhões de quilómetros do planeta Terra).

Estaremos assim na presença de uma nova era de descoberta científica, com a utilização em pleno de todas as valências do telescópio James Webb. Este projecto é uma missão de colaboração e cooperação entre as agências da NASA (Estados-Unidos), da ESA (agência europeia) e da CSA (Canadá).

Robot Spot Mini da Boston Dynamics

Vídeo: The New SpotMini

O SpotMini® é o mais recente robô de “quatro-patas” desenvolvido pela Boston Dynamics®. O equipamento é movido na íntegra a energia eléctrica e tem uma bateria com autonomia de 90 minutos que lhe permite concretizar as mais variadas tarefas no espaço de uma hora e meia.

A empresa norte-americana apresenta este robô como sendo a versão mais silenciosa de sempre estando, nas suas palavras, apto a trabalhar “comodamente” em ambientes empresariais e de escritório. Para além disso, o tamanho reduzido do equipamento e a mobilidade avançada colocam-no numa posição priveligiada para ser comercializado com sucesso junto do mercado empresarial e de consumo.

O SpotMini® pesa 25 Kg sem acessórios tendo disponível, como peça opcional, um braço mecanizado que eleva o seu peso para um total de 30Kg. O reduzido peso e os inúmeros sensores presentes no equipamento permitem atribuir tarefas de elevada complexidade para aquilo que temos como referência para robôs autónomos desta dimensão.

Saiba tudo no espaço oficial da Boston Dynamics® em: https://www.bostondynamics.com/spot-mini

O Telescópio James Webb

Vídeo: James Webb Space Telescope Launch and Deployment

O telescópio James Webb vai elevar a fasquia a todos os níveis. O instrumento vai ser colocado em “órbita” a mais de 1 milhão e meio de quilómetros de distância da Terra, numa órbita especial onde beneficiará de uma “sombra permanente” que permitirá o funcionamento dos seus espelhos reflectores sem influência directa da luminosidade do Sol.

A operação será uma das mais complexas de sempre e permitirá efectuar o uso pleno das capacidades do telescópio. Nestas condições o James Webb poderá detectar e captar “luz” no espectro de onda infravermelho dos pontos mais distantes do Universo e aquando da formação das primeiras estrelas e galáxias. Estes objectos astronómicos são uma “prova-viva” dos primórdios do nosso Universo e aproximam-nos ainda mais dos eventos que se sucederam à singularidade que gerou o nosso Universo.

Microsoft Research – Computadores Quânticos e QuBits

Vídeo: Quantum Computing

A Microsoft está decidida a aplicar os princípios da computação quântica na “vida real” e a disponibilizar esta tecnologia aos grandes centros de investigação. Esta é uma área frequentemente abordada pela literatura científica e pela ficção, no entanto saiba que há uma divisão da Microsoft Research que está a trabalhar em exclusivo nesta área há praticamente duas décadas.

O projecto de investigação está, desde o seu início, sob a coordenação do matemático Michael Freedman e o seu grupo de desenvolvimento está muito próximo de aplicar os primeiros princípios práticos de escalabilidade e armazenamento de informação complexa com recurso a tecnologia de computação quântica.

Uma das grandes novidades é relativa à fiabilidade e escalabilidade do armazenamento de informação em formato de “qubits” (bits quânticos). Nesta segunda-feira, no seu evento Microsoft Ignite, a companhia norte-americana demonstrou a aplicabilidade da sua tecnologia num ambiente de computação quântica e com recurso a uma nova linguagem de programação que interage com o programa Microsoft Visual Studio.

Este é um passo significativo, dado que estaremos na emergência da universalização desta nova tecnologia, algo que possibilitará a comercialização e o acesso a recursos de computação quântica localizados em centros de dados dedicados para o efeito. Estes espaços de computação poderão muito bem vir a ser denominados de “datacenters quânticos”.

Saiba tudo em: https://news.microsoft.com/features/new-microsoft-breakthroughs-general-purpose-quantum-computing-moves-closer-reality/

Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cOUrzxyng04 

O “Dream Chaser” da NASA

Fotografia de: NASA – Banco de Imagens

A nave espacial “Dream Chaser” é o fruto de um projecto inovador da NASA que propõe-se a criar um veículo espacial reutilizável que seja o substituto por excelência do antigo Space Shuttle. Todo o projecto de desenvolvimento e construção de modelos das novas naves está sob a alçada directa da NASA que, em coordenação com o fabricante norte-americano “Sierra Nevada Corporation (SNC)”, espera viabilizar e concluir o mesmo antes do ano de 2020.

A viabilização deste projecto possibilitará uma redução substancial dos custos associados a cada missão espacial, à semelhança dos foguetões reutilizáveis desenvolvidos por privados como a SpaceX ou a Blue Origin, por exemplo. O veículo espacial reutilizável está a ser desenvolvido para ser uma nave com inúmeras características que lhe atribuem uma capacidade polivalente, ou seja, será uma nave preparada para um sem-número de missões com características diferentes. Sabe-se também, desde já que, a Agência Espacial Europeia possui um acordo de cooperação destinado ao uso desta mesma para missões definidas no âmbito dos objectivos espaciais da agência europeia.

A nave espacial está preparada para executar missões tripuladas ou não tripuladas em órbita-baixa, incluindo missões de acesso à Estação Espacial Internacional que incluem transporte de tripulantes e carga destinada a esta mesma. A flexibilidade proporcionada pelas características deste veículo fazem com que este seja apelidado de SUV espacial, à semelhança dos veículos terrestres que possui um espaço versátil de transporte de carga. sabe-se que a SNC desenvolveu um chassis único para a nave que permite um sem-número de configurações adaptáveis a diferentes propósitos, sejam eles científicos, civis ou militares.

Para além das características anteriores, a configuração também pode ser efectuada em função da missão do veículo estar definida para ser tripulada ou controlada à distância a partir de um centro de controlo espacial. Neste momento, as naves que contém um módulo próprio para acolher uma tripulação de até sete astronautas têm a designação inglesa de “Dream Chaser Space System”. As naves destinadas a transporte de carga sem a existência de tripulação a bordo, controladas remotamente, têm a designação inglesa de “Dream Chaser Cargo System”.

No ano de 2017 sabemos já, com quase toda a certeza, que este será o substituto do Space Shuttle na próxima década de 2020. No entanto, apesar da versatilidade desta nave e do historial de excelência da NASA, o Dream Chaser terá de estar à altura do historial de fiabilidade apresentado pelas cápsulas russas Soyuz. As naves russas são “mais rudimentares” mas permitiram dar continuidade a muitas das missões que até então eram da exclusividade das missões executadas por os Space Shuttle norte-americanos. A fiabilidade das naves Soyuz são um ponto de referência e afastam por completo a palavra “obsolescência” destas naves.